Com Selic a 9,25%, financiar e investir em imóveis deve fica

Com Selic a 9,25%, financiar e investir em imóveis deve fica

13/12/2021
Administração de Condomínio

O Comitê de Política Monetária (Copom) se encontrou nesta quarta-feira, 8, para confirmar a atualização da taxa básica de juros para 9,25%, como era previsto pelo mercado. O Banco Central segue com a estratégia de elevação da Selic para enfrentar o aumento da inflação, resultado das alterações de demanda e oferta. Já durante a pandemia e com a inflação sob controle, a Selic chegou a baixa histórica de 2% ao ano em agosto de 2020, mas desde março de 2021 vem subindo sem trégua.

Segundo o economista Vitor Miziara, gestor da Criteria Investimentos, a pandemia de coronavírus foi o primeiro grande fator de impacto na economia mundial, já que levou à queda de produção e oferta. “O segundo fator foi o abastecimento da cadeia de produção, de suprimentos e logístico, que resultou na falta de componentes. Muitos itens estão parados em seus países de origem, causando pausa na produção e queda na oferta de produtos. O preço desses componentes e commodities também foram impactados, já que são negociados em dólar.”

Miziara afirma que, em uma crise mundial, os investidores do mundo enxergam no dólar um porto seguro e investem na moeda que é a primeira a se recuperar. “O BC viu a inflação começando a disparar e foi obrigado a ajustar a taxa de juros para segurar a inflação, que tinha uma meta de 4,5% a 5% ao ano”, comenta. Com a alta dos preços em descontrole, o Banco Central realizou novos movimentos de alta da taxa de juros, que não encontraram estabilidade até o presente.

Mercado de imóveis

Vitor explica que a Selic a 9,25% deixa o financiamento de imóveis menos vantajoso, já que os bancos seguem o movimento e atualizam os juros do crédito. “Quando estávamos com a taxa na casa dos 2% com juros chegando a no máximo 6%, era possível segurar os juros relativamente baixos. Porém, com a taxa no patamar atual, já se especula que em 2022 a Selic possa superar os 12%. O aluguel começa a valer um pouco mais a pena do que a compra financiada”, afirma Vitor.

A diferença é que em situação de crise ou diminuição de renda, é possível mudar para um aluguel de menor valor de acordo com a necessidade. Já o imóvel financiado pode ser perdido em caso de inadimplência. “Se cair a compra de imóveis financiados — efeito dos juros altos — podemos ver um movimento de queda de preços nos imóveis usados e ajuste nos preços dos novos, já que a oferta é alta”, diz.

“São poucos os FIIs que chegam a pagar o que a renda fixa paga, perto de 12% ao ano. É difícil achar fundos que peguem acima ou 10%, que é a conta do fundo imobiliário que oscila todos os meses. Então o custo de oportunidade de deixar de investir em uma renda fixa e investir em um fundo imobiliário para ter de 7% a 8% líquido ao ano, já não vai ser vantajoso como no início do ano.”

 

Fonte: Estadão Imóveis