Mercado imobiliário alcança 2º melhor resultado de compra e venda desde 2012

Mercado imobiliário alcança 2º melhor resultado de compra e venda desde 2012

09/03/2023
Compra e Venda

Após o pico de 2021, um levantamento do Registro de Imóveis do Brasil (RIB) apontou que a maioria das cidades avaliadas bateu recorde de compra e venda de imóveis durante o ano de 2022. A capital São Paulo segue à frente no número de transações imobiliárias, com 266.782 registros de transferências. Desses, 68,03% são de compra e venda. Os números do último ano representam o segundo melhor resultado da série, atrás apenas das 187.642 unidades vendidas em 2021.

Fortaleza (CE) e Campo Grande (MS) também registraram os segundos melhores resultados em 2022. A capital sul-mato-grossense contabilizou 17.807 registros de compra e venda; já a cearense, 11.396 transações no ano passado. Na mesma linha, Santos (SP), com 12.594 transferências,  e Joinville (SC) com 12.226, aparecem como destaques da pesquisa.

As transferências chamam atenção porque foram realizadas mesmo em um cenário de alta de juros. “É importante lembrar que os efeitos provocados pelas mudanças no cenário nas variáveis macro no mercado imobiliário não são imediatos. Os impactos do aumento das taxas de juros demoram para se traduzir na redução da acomodação dos preços e na taxa de inflação, levando mais tempo para afetarem a demanda,” explica Patricia Ferraz, responsável pelo estudo no Registro de Imóveis do Brasil.

Em razão disso, o resultado foi bastante positivo para o setor. “No mercado imobiliário, especialmente, nós passamos por um período excepcional em que tantos agentes da oferta: os produtores de móveis, incorporadores, as construtoras, os loteadores, assim como, os agentes da demanda, que são principalmente as famílias, buscaram oportunidades e alternativas de investimentos,” destaca Ferraz.

A pandemia de Covid-19 foi um fator apontado por Patrícia como um dos responsáveis pelo crescimento de transações imobiliárias. “Tivemos o aumento do número de óbitos e de divórcios, o que refletiu em partilhas que foram levadas aos registros de imóveis, impactando diretamente no crescimento do número de transferências de propriedade,” enfatiza.

O período pandêmico também contribuiu para a busca por imóveis em regiões que até então não eram muito procuradas. “Algumas mudanças nos hábitos e nas prioridades das pessoas durante a pandemia parecem ter vindo para ficar. Por exemplo, a busca pela casa própria, por uma vida mais saudável, pelo trabalho remoto, esses fatores podem ter influenciado na busca por propriedades em localidades historicamente não tão demandadas, o que garantiu ao mercado um fôlego especial e uma dinâmica inédita,” finaliza Ferraz.
Na contramão

Para as cidades do Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), São José dos Campos (SP), Guarulhos (SP) e Maringá (PR), o último ano não figurou entre os melhores resultados. “Em resumo, o informe anual apresenta resultados mistos: queda, no curto prazo, mas um patamar ainda elevado, considerando o histórico da série.”, finaliza Patrícia.

Fonte: otempo